Aplicativos facilitam a vida de quem anda de bike pela cidade

Aplicativos facilitam a vida de quem anda de bike pela cidade

Três vezes por semana, o empresário Giovani da Silva Almeida, do Instituto CicloBR, guia amigos e conhecidos para pedalar. Antes de sair, Giovani traça a rota utilizando serviços voltados para ciclistas, facilitando o trabalho e impossibilitando problemas no percurso.

“A tecnologia voltada para o ciclista está bem avançada e acessível a todos”, conta Giovani. “Há cinco anos, para mapear um trajeto tinha que ser na raça, visitando o local antes de colocar os amigos em uma enrascada. Hoje, diversos amigos utilizam aplicativos para pedalar.”

Giovani não está sozinho na união entre tecnologia e bicicleta. O professor de geografia Marcelo Duílio do Nascimento vai pedalando diariamente para o trabalho, cobrindo os 9 Km de ida e volta sem precisar de transporte público ou automóvel. Entusiasta de bike e tecnologias, ele utilizava apps para traçar percursos e acompanhar a distância percorrida.

“Usava muito o Sports-Tracker (Android, iOS e Windows Phone), mas também já usei o Endomondo (Android, iOS e Windows Phone) e o Strava (iOS e Android).

Todos servem para você registrar o treino ou o passeio, permitem compartilhar em redes sociais e analisar desempenho por diversos dados colhidos durante o percurso”, conta Marcelo.

Confira dicas de apps e serviços:

Pedalando em rede
Muitos aplicativos apostam na criação de um ambiente virtual para que haja interação entre eles. Este é o caso do Strava, Endomondo e Sport-Tracker.

Atualmente, o Strava é o mais popular. Ao invés de simplesmente registrar o percurso e mostrar algumas informações, ele cria um ambiente virtual para que ciclistas interajam e compartilhem dados, rotas e estatísticas. Esta interação, aliás, acabou gerando uma competição mundial, onde ciclistas batalham para elevar a posição no ranking de quilômetros percorridos.

Uma ferramenta dentro da plataforma, porém, faz ainda mais sucesso: a Segmentos. Ela permite que usuários escolham rotas determinadas, como uma subida ou um terreno acidentado, para criar uma competição de quem a completa mais rapidamente. Isso cria um ranking específico, fomentando a competição entre amigos e conhecidos.

O app dinamarquês Endomondo possui a mesma função: identificar informações da rota e, depois, compartilhar com outros usuários da rede. Um diferencial que vale nota é o de permitir que, durante o percurso, os usuários mandem mensagem para amigos pela plataforma e criem competições em determinados trechos da rota.

Já o Sport-Tracker se popularizou muito no Brasil. Criado por ex-funcionários da Nokia, ele possibilita, além da divulgação de informações e estatísticas, que o usuário poste fotos ou compartilhe quais músicas foram ouvidas no percurso.

Para o empresário Giovani da Silva Almeida, o grande diferencial desta modalidade de apps para bicicletas é a interação criada. “O grande barato de usar estes apps é poder compartilhar e provar com todos que você estava pedalando em lugares sensacionais. Isso atrai mais pessoas para o pedal, seja em um parque percorrendo 3 km ou fora dele aventurando-se em 100 km.”

Quebrou? Conserta?

Alguns aplicativos visam criar uma maior segurança para ciclistas. Bike Repair (iOS e Android) e Bike Doctor (iOS), por exemplo, apresentam soluções para problemas mecânicos. Assim, caso aconteça algo quando o ciclista está longe de uma oficina, o app pode ajudar na resolução do problema.

O Bike Doctor possui a facilidade de ter um banco de dados com soluções mecânicas, que pode ser acessados mesmo se o ciclista estiver sem acesso à rede de dados. Além disso, traz dicas de limpeza e conservação da bike, ensina os consertos mais comuns e também ajuda a identificar problemas mais complexos.

Já o Bike Repair é mais parecido com um guia prático. Com 58 tutoriais de reparo, o guia possui fotos detalhadas que auxiliam a resolver problemas graves de mecânica.

O professor Marcelo Duílio, no entanto pondera que tecnologias a favor dos ciclistas ainda precisam de aprimoramento e maior diversidade. “Acredito que a tecnologia precisa ajudar mais no campo da segurança”, comenta. “Existem bons produtos no mercado, mas isso tudo chega muito caro no Brasil, o que atrapalha a popularizar a bike no País.”

Onde ir
O BikeIT é um serviço ideal para saber quais os melhores lugares para você e sua bike. O site indica estabelecimentos que possuem boa estrutura e são gentis com ciclistas através de um sistema de votação e comentários de usuários. Locais mal avaliados ficam marcados sinal amarelo, os mais queridos ficam verdes.

O BikeIT foi criada pelos integrantes do coletivo CRU, grupo brasileiro voltado para ações urbano-artísticas que idealizou e desenvolveu a plataforma em 2011. “Estávamos numa mesa de bar, pensando nas dificuldades da vida do ciclista, falando dos lugares que são difíceis de nos receber”, conta Luiza Peixe, uma das ativistas à frente do projeto. “Pensamos num mapa colaborativo que as próprias pessoas da comunidade cicloativista pudessem indicar lugares que recebem bem as bikes.”

Para Luiza, a plataforma não quer só ajudar a comunidade de ciclistas, mas também promover estabelecimentos “bike friendly”. “Acho interessante que muitos donos de estabelecimentos não veem benefícios em colocar paraciclos no lugar de uma vaga de carro”, comenta. “Um paraciclo no lugar de uma vaga, porém, pode fazer o dono ganhar 30 clientes ali. E nós queremos, exatamente, promover esses lugares.”

Atualmente em 14 cidades brasileiras, o BikeIT já está quase entrando em sua próxima versão, a qual transformará os locais apontados no mapa em perfis. “Atualmente, os estabelecimentos possuem apenas uma avaliação. O restante entra como comentário. Na nova versão, a plataforma ficará mais interativa e colaborativa. Os perfis de lugares aceitarão todas as avaliações, que resultarão em uma média, avaliando estrutura e gentileza”, explica Luiza.

Já o Warm Showers é uma rede que interliga hóspedes e anfitriões que andam de bicicleta em todo o mundo. Está viajando de bike e não tem onde parar? É só buscar um “anfitrião” mais próximo e solicitar a estadia. Segundo o site, a estadia pode ser “um sofá, um quarto ou um lugar para acampar.”

Fonte: http://revistapegn.globo.com




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